"A transação que envolveu a ida do meia Gabriel do Bahia para o
Flamengo, em janeiro deste ano, virou um dos objetos de investigação do
Ministério Público Federal.
O órgão instaurou um inquérito,
conduzido pelo procurador José Alfredo Paula Silva, para apurar
possíveis irregularidades cometidas na gestão do ex-presidente Marcelo
Guimarães Filho, destituído do cargo por uma intervenção judicial.
O
MPF investiga se houve sonegação fiscal e lavagem de dinheiro (entre
outros crimes fiscais) cometidos na venda do jogador, a mais alta na
administração de Marcelo Filho.
Segundo informações
extraoficiais divulgadas à época - não confirmadas pelo Bahia -, Gabriel
teria tido 50% dos seus direitos econômicos negociados por R$ 5,9
milhões. Outros 30% teriam ficado sob a posse do empresário Carlos
Leite. O Bahia teria mantido 20%.
Também à época da
comercialização, foi veiculado por diversos órgãos de imprensa que o
pagamento dos valores pelo time carioca seria em cinco parcelas, com a
última marcada para abril de 2014. Na ocasião, a direção tricolor também
não confirmou esta informação.
Tudo pago
A
reportagem de A TARDE entrou em contato, Na sexta-feira, 23, com o
presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Melo. Por telefone, ele
informou que todos os valores em débito com a venda do jogador já foram
inteiramente pagos ao Bahia.
"Não foi uma venda à vista,
foi realmente parcelada. Mas já pagamos tudo que devíamos ao Bahia. Só
não me lembro dos valores", disse Bandeira.
O jornal A
TARDE apurou que, apesar de o presidente do Flamengo garantir o repasse
integral do montante, a empresa de auditoria Performance, contratada
pela direção interventora do Bahia, ainda não encontrou nenhum indício
de que este dinheiro tenha sido depositado nas contas do clube.
"Ainda
estamos no aguardo do relatório da auditoria. Não posso confirmar nem
negar qualquer informação antes de o relatório ficar pronto", disse o
interventor Carlos Rátis.
A auditoria foi contratada
obedecendo despacho do juiz Paulo Albiani, da 28ª Vara Cível, que
determinou que as contas do Bahia passassem por análise de empresa
profissional.
Na sexta, em nova decisão, Albiani determinou
que o relatório final da auditoria seja anexado à investigação do MPF
antes do dia 9 de setembro, quando será finalizada a intervenção, com o
ato de posse do novo presidente do Bahia.
Também na tarde de
sexta, Carlos Rátis e demais integrantes da equipe de intervenção
prestaram depoimentos na sede do Ministério Público Estadual, no bairro
de Nazaré.
A reportagem apurou que a ação dos dois MPs
(Federal e Estadual) é conjunta, com cada órgão atuando na esfera
criminal que lhe cabe.
Gabriel estreou no profissional do
Bahia em 2011, após ser descoberto pelo ex-presidente Marcelo Filho e
seu irmão Marcos Guimarães em um torneio de futebol amador. Em 2012, o
jogador foi o destaque do Bahia na conquista do Estadual, após jejum de
11 anos.
Marcelo Filho foi procurado pela reportagem para
se posicionar a respeito do assunto, mas desde que foi destituído do
poder tem evitado entrevistas."
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