Novas revelações acerca da "dinamica futurista" do destituído Marcelo
Guimarães Filho surgem a cada dia. Hoje a novidade é a divulgação de que
as irmãs do amigo do atacante Souza eram funcionárias do clube e uma
delas recebia mais de vinte salários-mínimos por mês.
Outro caso
curioso é o do ex-jogador e ex-gerente do clube, Elizeu Godoy, que
alegando ainda prestar serviços ao clube, aufere mensalmente 40% dos
rendimentos a que tinha direito enquanto exercia o cargo de gestor no
clube.
E o que dizer de Ruy Aciolly, presidente do Conselho
Deliberativo, que --contrariando o estatuto-- também aparece como
funcionário?
Segundo o interventor Carlos Rátis, a divulgação
objetiva a transparência do Bahia como ‘instituição pública’. Ao assumir
o clube, há quase um mês, Rátis enfrentou problemas com funcionários
que não apareceram após a intervenção ser decretada.
“Em breve,
vamos divulgar a lista dos sócios que poderão se candidatar à
presidência do clube”, avisou o interventor Carlos Rátis.
“Também vamos colocar no site o estatuto de 2008, que é o que está
valendo”, anunciou Rátis. No site do clube, consta a versão de 2011 que,
como não foi registrada em cartório, é considerada inválida.
“Quem elaborou a lista foi o RH (Recursos Humanos). Não fizemos juízo de
valor. A lista ainda vai ser objeto de análise pela comissão”, garantiu
o interventor.
Vejam mais detalhes na matéria de André Uzêda publicada na edição de hoje do A Tarde:
"Duas
irmãs do presidente Marcelo Guimarães Filho, destituído do Bahia em
intervenção impetrada pela justiça em julho passado, são funcionárias
remuneradas do clube. A reportagem de A TARDE teve acesso à folha
salarial do Bahia referente ao último mês de pagamento, após solicitação
feita ao interventor Carlos Rátis, baseando-se na Lei de Acesso a
Informação.
As duas irmãs do presidente são Luciana de Medeiros
Guimarães, que responde pela função de diretora do departamento
jurídico, e Renata de Medeiros Guimarães, no cargo de gerente do mesmo
setor.
No documento fornecido por Rátis não consta salários dos
funcionários do clube, mas a reportagem apurou que os vencimentos
líquidos de Luciana giram em torno de R$ 15 mil mensais, enquanto Renata
recebe mais de R$ 8 mil por sua ocupação. O estatuto do Bahia não
contempla qualquer proibição referente a prática de contratação de
parentes do mandatário em exercício.
Por outro lado, Marcelo Filho
não teve a preocupação de tornar pública tal informação, ainda que suas
duas irmãs tenham vínculo firmado com o Bahia desde os primeiros anos
da sua gestão.
Procurado pela reportagem, o presidente destituído
não respondeu às chamadas telefônicas para comentar o assunto. Ao
jornalista Levi Vasconcelos, da Coluna Tempo Presente de A TARDE, na
edição do dia 3 de agosto, Marcelo Filho afirmou está evitando conceder
entrevistas por orientação dos seus advogados. O escritório de advocacia
de Luciana de Medeiros também foi contactado, sem retorno.
Assessor
de futebol - Outro nome que consta na relação de funcionários do clube é
do ex-jogador Elizeu Godoy, atualmente comentarista esportivo da Rádio
Metrópole.
Na folha salarial, Elizeu aparece ocupando a função de
gerente de futebol do Bahia, embora tenha deixado o cargo em janeiro de
2010. Ele foi contratado pelo então presidente Marcelo Filho no ano de
2009, após a demissão do diretor Paulo Carneiro.
"Fiquei na função
até a chegada de Paulo Angioni (diretor já demitido), mas por conta da
eficiência dos meus serviços, continuei assessorando o departamento de
futebol do Bahia", respondeu Godoy em contato com a reportagem.
O
ex-jogador explicou ainda que, por conta da sua carteira de trabalho ter
sido assinada como gerente, esta função continua constando na folha
salarial do clube. Elizeu, porém, garantiu ter tido perdas salariais com
a mudança de cargo.
"Não vou revelar valores, mas quando virei
assessor de futebol passei a receber 40% do que recebia como gerente.
Foi uma desvalorização por conta da natureza do trabalho", justificou.
Em
janeiro e fevereiro deste ano, revela Elizeu, ele viajou para Portugal a
serviço do Bahia para fechar um acordo de parceria para empréstimo de
jogadores. "Infelizmente o acordo não deu certo. Seria uma relação com o
Belenense, time famoso de lá. Seria muito bom para a marca do Bahia
fazer essa ligação internacional", diz.
Em todo tempo que esteve a
serviço do clube, o assessor recorda-se apenas de uma contração de
jogador que tenha intercedido. "Ajudei, de forma indireta, a trazer
aquele atacante Elias (vindo do Resende, contratado pelo Bahia em 2012,
hoje no Botafogo). Um conhecido me falou do jogador e eu indiquei a
Angioni", disse.
Elizeu Godoy garante ainda que vai ao clube
sempre que solicitado, sem horário definido, mas que isto não atrapalha
sua independência na função de comentarista. "Sei separar bem as coisas.
Nunca recebi pedido para moderar em algum comentário. Sei separar bem
as duas funções que ocupo", disse.
Folha salarial - Em virtude das
contas em vermelho do Bahia, o interventor Carlos Rátis já afirmou que
não sabe como pagará a folha salarial do clube deste mês, que vence
nesta quinta. A folha de junho ainda não foi inteiramente quitada. Entre
atletas e funcionários, o Bahia tem 360 profissionais contratados."
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